terça-feira, 1 de novembro de 2011

Reportagem sobre a ex casa da Albertina Holz


Albertina Holz
O que deveria ser um espaço dedicado à cultura está abandonado. O casarão da Madame Albertina Holz, em Baixo Guandu, Noroeste do Estado, está fechado há cinco anos, desde que foi comprado pela prefeitura. A promessa era que a casa fosse revitalizada até o fim do ano passado para ser transformada em um museu e uma biblioteca. Só que até hoje nada foi feito.

Com o abandono, o local foi ocupado por moradores de rua, o que tem trazido insegurança para quem mora próximo à casa. Uma parede do casarão foi quebrada para entrada dos mendigos. O prefeito Lastênio Cardoso disse que providenciará os reparos na próxima semana.

Quanto ao atraso no início da obra, o prefeito explica que aguarda recursos do governo estadual para iniciar a restauração. Também garantiu que, se até julho não receber o investimento do Estado, começará a restauração. Segundo Lastênio, o projeto de revitalização está pronto. De acordo com ele, na parte superior vai funcionar o museu da cidade; e na inferior, a biblioteca municipal.

O terreno ao lado do casarão também vai ganhar vida com uma área cultural. O gasto total com a revitalização do espaço será em torno de R$ 250 mil.

O casarão pertencia à família de Vwilfrido Holz. Ele viveu durante 60 anos na casa, que era de seus pais e avós. A construção foi erguida de 1819 a 1825 e possui mais de dez cômodos, todos feitos com madeira de lei.

Como Holz não tinha condições financeiras para restaurar e manter a obra, ele se viu obrigado a se desfazer dela. Em 2006, procurou a prefeitura para que pudessem adquirir e preservar o local. O casarão foi vendido por R$ 80 mil, com a garantia de ser transformado em museu.

Algum conhecimento sobre Baixo Guandu ES

Surge Baixo Guandu
Município emancipado em 10 de abril de 1935, foi praticamente colonizado e ocupado por fluminenses de Cantagalo e imigrantes europeus, principalmente os italianos. A história de Baixo Guandu está diretamente ligada ao pioneirismo que marcou o começo do século XX na região do vale do Rio Doce. Os trilhos do primeiro trem chegaram em 1907 e somente daí as atividades econômicas foram intensificadas. A madeira abundante era retirada e levada pelos comboios à Capital. Segundo depoimento de bandeirantes e viajantes que percorreram o baixo do Rio doce desde a segunda metade do século XIX até os meados do século passado, os índios botocudos filhos da terra eram senhores da região compreendendo entre o Rio Doce e o Rio São Mateus.
Os colonos estrangeiros se estabeleceram no vale do guandu e outros no ribeirão do Lage. Em ambas as margens, há, ainda hoje, sinais marcantes da herança europeia no município. Como que se tivesse havido o desejo de reparar a supressão do Distrito de Baixo Guandu, o Presidente Henrique da Silva Coutinho criou a colônia em 1905, compreendendo esta à área não legítima do Vale do Guandu, até os limites com o município de Afonso Cláudio e com Minas Gerais. Repartida e doada a porção em lotes, estes foram vendidos aos colonos italianos, franceses e espanhóis neles lotados. A primeira penetração no território do Baixo Guandu, antiga jurisdição do município de Colatina, ocorreu em 1875, quando o major José Vieira de Carvalho Milagres, veterano da Guerra do Paraguai, chega à confluência do rio Doce o rio Guandu e ali estabelece o núcleo que deu origem à cidade. A colonização da região, iniciada pelo major Milagres, teve sua base sedimentada no trabalho de imigrantes europeus de várias procedências, localizada no núcleo colonial de Afonso Pena, hoje Ibituba.
Imigrantes italianos
Os imigrantes italianos entraram em Baixo Guandu em 1866 por iniciativa de Francisco Vieira de Carvalho Milagres. A Província do Espírito Santo, de 2 de junho de 1866, noticiava que o Sr. Carvalho Milagres escrevera ao seu amigo Guilherme Frederico, anunciando a partida de Genova, com quarenta contratados. Dias depois, chegava, de fato, ao Rio de Janeiro, com quarenta italianos, para suas terras no Rio Doce (5 de junho de 1866). O fazendeiro e colonizador Francisco Vieira de Carvalho Milagres voltou à Europa, em 1894, a fim de trazer mais trabalhadores para suas terras. Os imigrantes chegaram no Matteo Bruzzo, conforme o noticiário do Estado do Espírito Santo, de 8 de dezembro do mesmo ano e, dia 10, seguiram para Rio Doce, e, de lá, tomaram seu destino, onde até hoje, encontram-se seus descendentes.
Diversos
Baixo Guandu foi a primeira cidade brasileira a receber água tratada com flúor em 1953, com o intuito de diminuir a incidência de cáries, principalmente entre as crianças.


Antiga Usina Hidrelétrica de Baixo Guandu ES, hoje desativada.